A mãe de uma garota de 14 anos que morreu na queda do teto da Igreja Renascer em Cristo, em janeiro deste ano em São Paulo, recorreu à Justiça para pedir indenização no valor de R$ 1,370 milhão pela morte da garota.
O teto da sede da igreja, localizado no Cambuci (centro de São Paulo), desabou no dia 18 de janeiro deste ano deixando nove mortos e cerca de uma centena de feridos.
A ação foi protocolada no início da tarde desta segunda-feira no cartório do Fórum Central Cível João Mendes Júnior, no centro de São Paulo, e será publicada amanhã no "Diário Oficial" da Justiça. Procurada, a igreja informou que não irá se manifestar em relação ao assunto.
Elaine Lacerda do Nascimento Uchoa de Britto é mãe de Gabriela Lacerda do Nascimento Uchoa Britto, 14, uma das nove pessoas mortas na tragédia, todas mulheres.
A advogada Gleice Raquel Valente Mendoza, que defende Britto, afirma antes de protocolar a ação tentou um acordo com o representante jurídico da empresa e também com bispos, sem sucesso. Recentemente a própria Renascer declarou que nem mesmo as casas que foram atingidas devido a queda do teto não foram reformadas.
Danos
A ação pede o pagamento de R$ 1,2 milhão por danos morais. A mãe pede ainda que seja pago 2/3 do salário mínimo como forma de pena indenizatória (danos materiais) até que a garota completasse 65 anos, tratamento psicológico para ela e o filho e também um salário mínimo para uma pessoa cuidar do filho dela enquanto ela trabalha.
Uma cópia da inicial do processo que a reportagem da Folha Online teve acesso informa que logo após o desabamento do teto da igreja, ela perdeu documentos pessoais e as chaves de casa. Ela relata que pediu à igreja que providenciasse um chaveiro, o que foi negado, segundo sustenta.
Britto afirma que ficou emocionalmente abalada pelo tratamento de recebeu da igreja logo após a morte da filha. A ação informa ainda que a denominação ofereceu um caixão popular para realizar o enterro em Diadema (Grande SP). A inicial da ação protocolada hoje informa ainda que a Renascer indicou que no corpo da jovem fosse vestido com roupas doadas.
Ela voltou a informar o que já havia dito a jornalistas, de que nem mesmo ela nem a filha frequentavam reuniões da denominação. À época a Renascer sustentou que elas eram sim participantes de cultos realizados.
O processo foi distribuído à 1ª Vara Cível. A própria defesa reconhece que o processo pode demorar anos até que seja dada uma decisão final.
Fonte: Folha Online
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